A ascenção de Getúlio Vargas no ano de 1930 ao poder rompeu com quatro décadas de revezamento entre paulistas e mineiros na presidência, conhecida como Política do Café com leite. irritados com a hegemonia paulistas nas decisões políticas os mineiros se uniram aos gaúchos e paraibanos e formaram a Aliança Libertadora, para bater de frente com o Governo de Washington Luís, que apoiou o candidato paulista Júlio Prestes para substituí-lo.
Para impedir que os paulistas continuassem como mandatários do país, a
Aliança Libertadora articulou um golpe que impediu a candidatura de
Júlio Prestes, colocando Getúlio Vargas no poder (1930 – 1934 – “Governo Provisório“), que ficou conhecido como Revolução de 1930.
Como presidente, Vargas criou o Ministério do Trabalho, Indústria e
Comércio, para satisfazer a elite industrial que crescia
exponencialmente, e o Ministério da Educação e Saúde, além de diminuir a
autonomia dos governadores de estados para elevar seu poder
intervencionista. Os cafeicultores, que ainda tinham grande influência
política, pressionaram para que fosse criado o Conselho Nacional do Café
e o Instituto do Cacau.
Mas o grande trunfo de Vargas em seu primeiro mandato foi a atenção
dada aos trabalhadores. O presidente sabia que greves e revoltas
trabalhistas poderiam dar margem para que o ideal do comunismo,
fortemente disseminado após a Revolução de 1917 na União Soviética,
criasse vigor. O Partido Comunista Brasileiro (PCB), nesta época, foi
colocado na ilegalidade.
Para atender os trabalhadores, Getúlio Vargas criou a Lei da
Sindicalização, que permitiu avanços na legislação trabalhista. Ele
criou o registro CLT, a carga horária de trabalho, o direito às férias
remuneradas, descanso no domingo, licença-maternidade e proibição do
emprego a menores de 14 anos.
Em 1931, Getúlio Vargas derruba a Constituição vigente, desencadeando
em revoltas no estado de São Paulo. Eles alegavam que Vargas estava
centralizando o poder e diminuindo a autonomia dos estados. Os paulistas
planejaram uma rebelião armada para defender os direitos
constitucionais mas, nessa investida, quatro jovens soldados são
assassinados em 23 de maio de 1932.
No dia 9 de julho, a sociedade paulista se une de forma isolada para lutar na Revolta Constitucionalista,
apesar das fracassadas tentativas de buscar apoio de outros estados.
Enfraquecidos diante do cerco armado pelo governo de Getúlio, os
paulistas se entregam em outubro do mesmo ano.
Apesar de derrotar os paulistas, Getúlio Vargas atende às
reivindicações e cria uma nova Constituição em 16 de julho de 1934,
permitindo o voto secreto, o voto feminino e exigindo a formação básica
do cidadão com o ensino primário. O documento também alegava que o
próximo presidente seria eleito pelos votos da Assembleia Constituinte.
Getúlio Vargas ganhou e deu continuidade ao mandato, denominado de Governo Constitucionalista até o decreto do Estado Novo, em 1937.
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