Ainda na atualidade diz-se ditadura militar de 1964 a 1984.[carece de fontes] Alegam alguns autores ser uma ditadura, mas não exclusivamente militar.[carece de fontes] Pelo menos no início, diversos segmentos da sociedade, a maioria formada por civis que dominavam o Brasil
havia séculos, além da classe média que era torno de 35% da população
total do país, e o restante, a classe mais pobre da população, em sua
maioria analfabeta funcional, manteve-se inerte e distanciada da
política nacional, uns por comodismo, outros por ignorância.[carece de fontes]
A Igreja Católica organizou a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, realizada em São Paulo e no Rio de Janeiro, no dia de 19 de março.
Entretanto, a partir de outubro de 1964, especialmente quando ativistas
católicos de esquerda foram presos, certos setores da chamada "ala
progressista da Igreja Católica" da Teologia da Libertação, passaram a denunciar a violência do governo militar.[carece de fontes] Vivia-se, naquela época, a Guerra Fria
quando os EUA procuravam justificar sua política externa
intervencionista com sua suposta missão de liderar o "mundo livre" e
frear a expansão do comunismo. Assim sendo, a violenta luta
internacional da Guerra Fria entre EUA e URSS, conservadores e comunistas
no mundo encontrou eco nos discursos do momento violento da política
Brasileira. Os EUA apoiaram setores golpistas conservadores no Brasil a
darem um golpe no presidente eleito democraticamente João Goulart num momento que casou a tentativa de reformas progressistas
por ele que horrorizaram a classe média conservadora, os católicos
praticantes, a mídia e os militares de alta patente brasileiros. Em
especial quando Jango decidiu apoiar os militares revoltosos de baixa
patente da Revolta dos Marinheiros que pleiteavam aumentos, fim de
punições humilhantes e direito a voto. Seu apoio a eles, significou a
perda de apoio nas patentes mais altas das Forças Armadas que além de
também pertencerem a setores conservadores, se viram abismados com o que
identificaram como quebra de hierarquia. Os EUA que não gostavam dos
rumos que a política externa brasileira tomava, de não-alinhamento e
contatos com ambos os pólos de poder, capitalista e comunista,
manifestado em visitas internacionais de Jango, então vice de Jânio e a
mando deste, à China comunista e a condecoração pelo governo brasileiro do notório revolucionário e então funcionário do governo Cubano, Che Guevara.
Assim sendo os Americanos então forneceram aos militares brasileiros
apoio ao golpe e também de lá veio o aparato ideológico do anticomunismo que já era pregado na Escola Superior de Guerra
das Forças Armadas Brasileiras cuja doutrina de "Segurança Nacional"
(contra revoluções comunistas inspirada por intercâmbios de pensamento
estratégico-militares com os americanos) fundeou o Golpe de 1964. Ainda
que Jango fosse ele mesmo um latifundiário filho de empresários e
milionário, e logo, não um comunista, suas reformas eram de fato
ideológicamente mais identificadas com posições de centro-esquerda, e
mesmo que ele no controle da democracia pudesse resistir as tais
supostos guerrilheiros financiadas por Cuba se estes entrassem em
operação (o que não havia acontecido até o golpe) a polarização da
sociedade foi forte demais e os setores conservadores incluindo os
setores golpistas das Forças Armadas interpretaram que tais guerrilhas
ficariam ao lado de Jango e portanto este não mais representava um
defensor da "Segurança Nacional", teoria conservadora anticomunista
defendida pelos EUA e as cabeças do Golpe.
Decretos polêmicos de João Goulart em março de 1964
No dia 13 de março de 1964, João Goulart assina em praça pública, no
Rio de Janeiro, três decretos, um de encampação das refinarias de
petróleo privadas, outro de reforma agrária à beira de rodovias,
ferrovias, rios navegáveis e açudes e um decreto tabelando aluguéis.
Esses decretos de 13 de março foram usados como pretexto pelos
conservadores para deporem João Goulart:
-Decreto Nº 53.700: Declara de interêsse social para fins de
desapropriação as áreas rurais que ladeiam os eixos rodoviários
federais, os leitos das ferrovias nacionais, e as terras beneficiadas ou
recuperadas por investimentos exclusivos da União em obras de
irrigação, drenagem e açudagem, atualmente inexploradas ou exploradas
contrariamente à função social da propriedade, e dá outras providências.[6]
-Decreto Nº 53.701: Declara de utilidade pública, para fins de desapropriação em favor da Petróleo Brasileiro S A - PETROBRÁS, em caráter de urgência, as ações da companhias permissionárias do refino de petróleo.[6]
-Decreto Nº 53.702: Tabela os aluguéis de imóveis no território nacional, e dá outras providências.[7]