terça-feira, 15 de novembro de 2011

História do Cristianismo - O caso de Miguel Servet - 2ª Parte

Calvino recebeu o manuscrito de Miguel Servet, mas não lhe respondeu. Nem se quer devolveu o manuscrito  do Restitutio, que Servet lhe pedia que remetesse. Calvino manteve o seu silêncio, cultivando preocupação em relação a Servet e às suas heresias.
No princípio de Abril de 1553, a inquisição francesa, recebeu misteriosamente a posse de documentos que comprometiam Servet. Entre eles, as cartas de Servet a Calvino. Ainda em 5 de Abril, Servet é ouvido pelos inquisidores. A 7 de Abril, porém, consegue escapar-se da prisão. Dirigiu-se a Genebra, talvez por pensar que entre os protestantes  estaria a salvo da inquisição. Enganou-se. Foi preso pelas autoridades da cidade de Genebra a 13 de Agosto.
Servet, desejava fugir para a Itália, porém, inexplicavelmente, parou em Genebra, onde Calvino e seus reformadores denunciaram ele. Em 13 de Agosto, ele ouviu um sermão de Calvino em Genebra e foi imediatamente reconhecido e preso. Calvino insistiu na condenação  de Servet, usando todos os meios ao seu comando.
Calvino, também acusado pelos católicos de arianismo, poderá ter visto aqui a oportunidade de mostrar de que defendia o conceito trinitário, ao mesmo tempo que mostraria que também  estava empenhado em perseguir os heréticos. Um herético do lado de lá da fronteira também é um herético dentro da cidade.
Em seu julgamento pelo Conselho de Genebra, presidido por Calvino, segundo a maioria dos historiadores, Servet foi condenado pela difusão e pregação do Antinitrinitarismo e por ser contra  o batismo infantil. O procurador-chefe público, acrescentou algumas acusações como, se ele não sabia que sua doutrina era perniciosa, considerando que ela favorece os judeus e os turcos, por inventar desculpas para eles, e se ele não estudou o Alcorão, a fim de desmentir e rebater as doutrina e a religião das igrejas cristãs.
Calvino, acreditava que Servet, mereceu ser morto por causo do que ele denunciou como blasfêmias execretáveis.
Calvino, consultou outros reformadores sobre a questão de Servet, como os seguidores de Martinho Lutero, e emlocais como Zurique, Berna, Baset e Schaffaulsen, que concordaram universalmente com sua execução.
Em 24 de Outubro, Servet foi condenado à morte na fogueira, por negar a Trindade e o batismo infantil. Calvino, sugeriu que Servet fosse executado por decaptação, em vez de fogo, mas seu pedido não foi atendido. Em 27 de Outubro de 1553, a pena foi aplicada nos arredores de Genebra, com o que se acreditava ser a última cópia de seu livro acorrentado a perna de Servet. Após o ocorrido, Calvino escreveu:
" quem sustenta que é errado punir hereges e blasfemadores, pois nos tornamos cúmplices de seus crimes. Não se trata aqui de autoridade do homem, é que Deus fala. Portanto se ele exigir de nós algo  de tão extrema gravidade, para que mostremos que lhe pagamos a honra devida, estabelecendo o seu serviço acima de toda consideração humana, que não poupamos parentes, nem de qualquer sangue, e esquecemos toda a humanidade, quando o assunto é o combate pela sua glória."

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