quinta-feira, 30 de junho de 2011

JOHN WYCLIFFE, A BÍBLIA INGLESA - HISTÓRIA QUE ANTECEDERAM A REFORMA

Wycliffe organizou um projeto de tradução das Escrituras, defendendo que a Bíblia deveria ser a base de toda a doutrina da Igreja e a única norma da fé cristã. Sustentava que o Papa ou os Cardeais não possuiam autoridade para condenar suas 18 teses, pois Cristo é a cabeça da Igreja e não os papas.
" A verdadeira autoridade emana  da Bíblia, que contém o suficiente para governar o mundo," cita Wycliffe em seu livro De Sufficientia legis Christi. Wycliffe afirmava que a Bíblia se encontrava a verdade, a fonte fundamental do Cristianismo e que, por isso, sem o conhecimento da Bíblia não haveria paz na Igreja e na sociedade. Com isso, contrapunha a autoridade das escrituras à autoridade papal: "Enquanto temos muitos papas e centenas de cardeais, suas palavras só podem ser consideradas se estiverem de acordo com a Bíblia". dêntico princípio seguiria Lutero mais de 100 anos depois, ao liderar a Reforma Protestante. 
Wycliffe acreditava que a Bíblia deveria ser um bem comum de todos os cristãos e precisaria estar disponível para uso cotidiano, na língua nativa das populações. A honra nacional requeria isto, desde quando os membros da nobreza passaram a possuir exemplares da Bíblia em língua francesa. Partes da Bíblia já haviam sido traduzidas para o inglês, mas não havia uma tradução completa. Wycliffe atribuiu a su mesma essa tarefa. Embora não se possa definir exatamente a sua parte na tradução que foi baseada na Vulgata, não há dúvidas de que foi sua a iniciativa e que o sucesso do projeto foi devido sua liderança. A ele devemos a tradução clara e uniforme do Novo Testamento, enquanto seu amigo Nicholas de Hereford, traduziu o Antigo Testamento. Ambas as traduções foram revisadas por John Purvey em 1388, quando então a população em massa teve acesso à Bíblia em idioma inglês, ao mesmo tempo que se ouvia dos críticos: "a jóia do clero tornou-se o brinquedo dos leigos".
Mas, cabe algumas ressalvas.Durante a Idade Média os livros eram raros e caros por eles serem feitos a mão, a Bíblia não era exceção. O uso exclusivo do latim  era comum a todos os livros dado a universalidade da língua e o seu reconhecimento erudito e intelectual  na Europa Ocidental, regra válida também para a Bíblia. Atradução de Wycliffe da Bíblia para o inglês pode ser entendida como mais movida pelo nacionalismo inglês e menos por uma inclinação  de democratização de acesso.  os pobres continuaram sem ter acesso a mesma por dois motivos: o promeiro que era cara por sua confecção ainda manual e segundo o povo continuava analfabeto. A grande difusão da Bíblia só foi feito possível com a grande invensão da imprensa no século XV e a universalização  da educação apartir do século XIX. Então, somente após o século XIX reuniram-se as condições para a Bíblia se tornar um livro popular.
Apesar do empenho da huerarquia eclesiástica em destruir as traduções em razão do que consideravam como erros de tradução e comentários equivocados, aind existem ao redor de 250 manuscritos, parciais e completos, contendo a tradução em sua forma revisada. Disso podemos inferir o quão difundida essa tradução foi  no século XV, razão pela qual os partidários de Wycliffe eram chamados de "homens da Bíblia" por seus críticos. Assim como a versão de Lutero teve grande influência sobre a língua alemã, também a versão de Wycliffe, influenciou o idioma inglês, pela sua clareza, força e beleza.
A Bíblia de Wycliffe, como passou a ser conhecida, foi amplamente distribuíd por toda a Inglaterra. A igreja denunciou como uma tradução não autorizada.


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